terça-feira, 17 de julho de 2012

ESTE MUNDO: UM LUGAR DE LAZER OU UM CAMPO DE BATALHA?



Por A. W. Tozer

As coisas são para nós não apenas o que elas são - elas são o que achamos que elas são. Isso quer dizer que a nossa atitude para com as coisas é provavelmente mais importante, afinal de contas, do que as próprias coisas em si mesmas. Isso é uma peça comum do conhecimento, tal como uma velha moeda, já desgastada pelo uso, mas que ainda tem sobre si o cunho de que é verdadeira, e não deve ser rejeitada simplesmente por nos ser tão conhecida.

É estranho como um fato pode permanecer inalterado, ao passo que a nossa interpretação do mesmo altera-se com o passar das gerações e dos anos. Um fato assim é o mundo em que vivemos. Ele existe e tem existido através dos séculos. Isso é um fato permanente, praticamente inalterado com o passar do tempo, mas como é diferente a forma pela qual o homem moderno o vê, em relação à visão que nossos pais tinham! Aqui vemos com clareza quão grande é o poder da interpretação. O mundo é para todos nós não apenas o que ele é - ele é o que cremos ele ser E uma tremenda carga de dor ou de felicidade depende da fornia correta da nossa interpretação.

Um exemplo disso pode ser buscado na experiência americana. Há uma diferença enorme entre as atitudes tomadas nos dias de hoje e aquelas dos primórdios da colonização americana. Naqueles tempos, quando o Cristianismo exercia uma influência dominante sobre o pensamento americano, o mundo era considerado um campo de batalha. Os primeiros americanos acreditavam no pecado, no diabo e no inferno como constituindo uma força, e criam em Deus, na retidão e no céu como sendo outra força. Por sua natureza, essas forças eram opostas entre si numa hostilidade profunda, séria e irreconciliável.

Os seres humanos de então tinham que escolher um dos dois lados - eles não podiam manter-se neutros. Para eles tinha de ser vida ou morte, céu ou inferno, e se optassem por estar do lado de Deus, eles tinham a expectativa de que teriam que enfrentar uma guerra contra os inimigos de Deus. A luta seria real e mortal e duraria enquanto a vida permanecesse por aqui. As pessoas almejavam o céu como um retorno da guerra, como um embainhar das espadas para em paz desfrutar da vida no lar que lhes havia sido preparado.

Os sermões e os cânticos daqueles dias com frequência tinham uma qualidade marcial, e muitas vezes um traço de saudade do lar celestial. Os soldados cristãos pensavam sobre o lar, sobre o descanso e sobre o estarem juntos com os seus, e suas vozes cresciam em lamentação ao cantarem da batalha terminada e da vitória alcançada. Mas quer estivessem atacando as armas do inimigo, ou sonhando com o fim da guerra e com as boas vindas do Pai, eles nunca se esqueciam de como era o mundo em que viviam - era um campo de guerra, e muitos eram feridos e mortos.

Essa visão é inquestionavelmente de acordo com as Escrituras. Mesmo levando-se em conta as figuras e metáforas que são muito frequentes na Bíblia, é uma clara doutrina bíblica que tremendas forças espirituais acham-se presentes no mundo. A humanidade, por causa de sua natureza espiritual, está no meio dessas forças. Os poderes do mal inclinam-se a nos destruir, ao passo que Cristo está presente para nos salvar por meio do poder do evangelho. Para sermos libertos temos de colocar-nos do lado de Deus em fé e em obediência. Resumidamente, era isso que os primitivos americanos pensavam, e o que, cremos, é o que a Bíblia ensina.

Que diferente é hoje. A realidade permanece a mesma, mas a interpretação mudou completamente. As pessoas não mais pensam no mundo como sendo um campo de batalha, mas como um lugar de lazer. Não estaríamos aqui para lutar; estaríamos aqui para brincar. Não estaríamos num país estrangeiro; estaríamos em casa. Não estaríamos preparando-nos para a vida, mas já estaríamos vivendo a nossa vida, e o melhor que poderíamos fazer é livrarmo-nos de nossas inibições e de nossas frustrações para viver esta vida o máximo que pudéssemos. Isto, cremos, é um correto resumo da filosofia religiosa do homem moderno, abertamente professada por milhões e tacitamente aceita por muito mais pessoas ainda, que vivem de acordo com essa filosofia, mesmo que não a admitam por meio de palavras.
Esta mudança de atitude em relação ao mundo tem tido e está tendo uma influência sobre os cristãos, até mesmo sobre os cristãos evangélicos que professam a fé na Bíblia. Por um curioso malabarismo de figuras, fazem uma soma de forma errada e ainda assim dizem obter a resposta correta. Isso parece fantástico, mas é verdade.

A ideia quanto a este mundo ser um lugar de lazer em vez de um campo de batalha tem sido acatada praticamente pela grande maioria dos cristãos fundamentalistas. Eles podem respondei" com evasivas quando diretamente questionados quanto à sua posição, mas a conduta deles os denuncia. Eles estão querendo percorrer dois caminhos, desfrutar Cristo e o mundo, e com muita alegria dizem a todos que receber Jesus não requer que renunciem ao seu divertimento - o Cristianismo seria apenas a coisa mais divertida que se possa imaginar. O "culto" decorrente de tal visão da vida acha-se tão deslocado de seu centro como a própria visão em si mesma um tipo de casa de diversões noturna santificada, sem a champanhe e sem os bêbados de colarinho.

Tudo isso chegou a um ponto que se tornou algo muito sério, de forma que agora todos os cristãos têm a obrigação de reexaminar a sua filosofia de vida à luz da Bíblia. Com a descoberta do caminho que é bíblico, devem ir por ele, mesmo que, para isso, tenham de se desligar de muitas coisas que tinham aceitado como verdadeiras, mas que agora, à luz da verdade, tenham se mostrado serem falsas.

Uma visão correta de Deus e do mundo futuro requer que tenhamos uma visão certa do mundo em que vivemos e do nosso relacionamento em relação a ele. São tantas coisas que dependem disso que não podemos nos descuidar a esse respeito.


Fonte: Este Mundo: Lugar de Lazer ou Campo de Batalha?/A. W. Tozer

O EVANGELHO - GRUPO LOGOS

Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração. Em constatar que o evangelho já mudou. Quem ontem era servo agora acha-se Senhor E diz a Deus como Ele tem que ser ... Mas o verdadeiro evangelho exalta a Deus, Ele é tão claro como a água que eu bebi. E não se negocia sua essência e poder se camuflado a excelência perderá!
O evangelho é que desvenda os nossos olhos e desamarra todo nó que já se fez, porém, ninguém será liberto, sem que clame, arrependido aos pés de Cristo, o Rei dos reis.
O evangelho mostra o homem morto em seu pecar sem condições de levantar-se por si só ... A menos que, Jesus que é justo, o arranque de onde está e o justifique, e o apresente ao Pai. Mostra ainda a justiça de um Deus Que é bem maior que qualquer força ou ficção, que não seria injusto se me deixasse perecer, mas soberano em graça me escolheu. É por isso que não posso me esquecer sendo seu servo, não Lhe digo o que fazer, determinando ou marcando hora para acontecer o que Sua vontade mostrará.

 

A CENTRALIDADE DO AMOR DE CRISTO POR NÓS


Você já experimentou uma percepção do amor de Cristo quase maior do que você consegue conter?






Texto base: Efésios 3:14-19:


Portanto, peço-lhes que não se desanimem por causa das minhas tribulações em seu favor, pois elas são uma glória para vocês. Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.

Você já experimentou uma percepção do amor de Cristo quase maior do que você consegue conter?
Na carta de Efésios, Paulo estava orando para que os cristãos daquela cidade pudessem “compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:18,19). Os cristãos de Éfeso tinham problemas como os nossos e a oração de Paulo não era só “que Deus ajude eles”, mas que para que eles entendessem profundamente o amor de Deus. Saiba: o que nos faz superar todas as dificuldades da vida cristã é entender o amor de Cristo por nós! Entender profundamente o amor de Cristo transforma a nossa vida e nos santifica. Quem está cheio do conhecimento do amor de Cristo não sai e vai pecar, pois este amor nos constrange! Davi caiu não enquanto louvava diante da arca.
Paulo diz que nós precisamos de um poder especial para compreendermos profundamente o amor de Cristo. Então, como conseguimos este poder? Sugiro três formas:
Ore. Ore por si mesmo, por seu irmão, por seu pastor, por missionários, etc.. Não ore de forma rasa, mas como Paulo orou. Ore para que Deus derrame deste poder para despertar sua sensibilidade espiritual para compreender o amor de Deus. Aprenda a orar. Um dos sinais de imaturidade na vida cristã são orações só para si mesmo.
Pense sobre o amor de Cristo. Você nunca irá crescer em entendimento se não pensar sobre Ele.

·         Pense sobre a largura do amor de Cristo que alcança o solitário e não amados. Cristo demonstrou compaixão para com os  desprezados. O amor de Cristo alcança o pior dos pecadores.
·         Pense sobre o comprimento do amor de Cristo que procede desde a eternidade ao eleger em amor. O amor de Cristo é eterno!
·         Pense sobre a altura deste amor. Você pode gastar sua vida inteira (e você precisa fazê-lo) pensando neste amor. Jesus diz em João 15 que Ele nos ama assim como o Pai O amou. Não há como ir mais alto que isso!
·         Pense na profundidade deste amor. Veja a descrição de quão fundo foi o amor de Cristo em Filipenses 2:6-11. O eterno Filho de Deus deixou a glória que tinha com o Pai e desceu até as profundezas de um homem de dores. O Rei se tornou um servo e suportou na cruz a ira de Deus. Nós gastaremos uma eternidade para compreender este amor!

Seja sensível. Precisamos responder aos atos de amor de Cristo. Em Cantares 5 a noiva, diante do chamado do seu amado, em vez de responder rapidamente, ela retarda e prefere o conforto; e depois, quando ela se arrepende e vai abrir a porta, o noivo foi embora. Será que não temos feito o mesmo com Cristo? Será que pensamos “o Senhor estará sempre lá, depois vou encontra-lo”? Ele pode não estar. As coisas mais preciosas na vida cristã não é saber defender a doutrina da predestinação, mas ser íntimo do amor de Cristo.
Não dê suas afeições para a TV ou esportes, mas para Cristo. Quanto mais você provar do amor de Cristo, mais doce será a vida.

Por Tim Conway na 10ª Conferência Fiel para Jovens © Editora Fiel
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A HISTÓRIA DE IAN E LARISSA

TEOLOGIA DO CULTO PÚBLICO



Por Augustus Nicodemus Lopes

Pouca gente percebe que os primeiros dos Dez Mandamentos têm implicações profundas para o culto público que Deus requer de nós. Nesta aula, dada na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, procuro mostrar os princípios para o culto que podem ser derivados destes mandamentos.

A quem adorar, como adorar, o princípio regulador do culto e as motivações do coração.


A SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO


Por Rev. Hernandes Dias Lopes

Como pode um homem sendo pecador ser salvo? Como pode um injusto ser declarado justo aos olhos do Deus santo? Como pode o homem tão vulnerável ter garantia de salvação? Paulo responde a essas questões quando escreve sua carta aos romanos. Vamos, tratar aqui de cinco afirmações categóricas que nos afirmam a soberania de Deus na salvação.

Em primeiro lugar, Deus nos conheceu desde a eternidade (Rm 8.29). Deus nos conheceu de antemão. Ele nos amou desde toda a eternidade. Amou-nos não porque viu algo em nós que despertasse seu amor, mas amou-nos incondicionalmente. Antes do sol brilhar no horizonte, Deus já havia colocado em nós seu coração. Antes dos mundos estalares virem à existência, nós já estávamos no coração de Deus. Seu amor por nós é eterno, incomensurável e incondicional.

Em segundo lugar, Deus nos predestinou para a salvação (Rm 8.30). Deus nos predestinou em Cristo, para a salvação, antes da fundação do mundo, desde o princípio, pela santificação do Espírito e fé na verdade, a fim de sermos santos e irrepreensíveis perante ele. Deus não nos escolheu porque previu que iríamos crer em Cristo; cremos em Cristo porque ele nos escolheu. A escolha divina é a causa da fé e não sua consequência. Deus não nos escolheu porque viu em nós santidade; fomos eleitos para sermos santos e irrepreensíveis e não porque éramos santos e irrepreensíveis. A santidade não é a causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos escolheu porque viu em nós boas obras; somos feitura dele, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, e não porque praticávamos boas obras. As boas obras são fruto da escolha divina e não sua raiz.

Em terceiro lugar, Deus nos chamou eficazmente (Rm 8.30). Todos aqueles que são escolhidos por Deus na eternidade, por quem Cristo morreu no calvário, são chamados à salvação, e chamados eficazmente. O homem pode até resistir temporariamente a esse chamado, mas não finalmente. Jesus disse que ninguém pode vir a ele se o Pai não o trouxer. Disse, também, que suas ovelhas ouvem sua voz e o seguem. Os que Deus predestina, Deus chama. Há dois tipos de chamados: um externo e outro interno; um dirigido aos ouvidos e outro ao coração. Aqueles que são predestinados, ao ouvirem a voz do bom pastor, atendem-na e o seguem.

Em quarto lugar, Deus nos justificou por sua graça (Rm 8.30). Aqueles que são amados, escolhidos e chamados são também justificados. A justificação é uma obra de Deus por nós e não em nós; é um ato e não um processo. É uma declaração forense feita diante do tribunal de Deus e não uma infusão da graça. É completa e irrepetível. Por isso, não possui graus. O menor crente está tão justificado quanto o indivíduo mais piedoso. Pela obra substitutiva e vicária de Cristo na cruz somos declarados quites com as demandas da lei de Deus. Não pesa sobre nós mais nenhuma condenação. Nossos pecados passados, presentes e futuros já foram julgados na pessoa de Cristo, nosso substituto e fiador. Nossos pecados foram colocados na conta de Cristo e a justiça de Cristo foi colocada em nossa conta. Estamos quites com todas as demandas da justiça divina.

Em quinto lugar, Deus nos glorificou pelo seu poder (Rm 8.30). Embora a glorificação seja um fato futuro, que se dará na segunda vinda de Cristo, na mente e nos decretos de Deus já é um fato consumado. Mesmo que o caminho seja estreito e juncado de espinhos. Mesmo que os inimigos nos espreitem e toda a fúria de Satanás seja despejada contra nós, nada nem ninguém, neste mundo ou mesmo no porvir poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor. Nossa salvação foi planejada, executada, aplicada e assegurada por Deus. A Deus, portanto, a glória, agora e sempre por tão grande salvação!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

UM SÓ LIVRO

Por Norma Braga

Não entendo que muitos que se denominam “cristãos” hoje consigam tranquilamente negar a base de toda a nossa fé: a unidade da Bíblia.

Em primeiro lugar, eles demonstram com isso uma tremenda falta de confiança nos irmãos que tanto trabalharam, antes deles, durante séculos, nas mais variadas áreas, para reconhecer e confirmar a autenticidade de todos os 66 livros das Escrituras. Exibem-se assim não só como pretensos “descobridores da pólvora” – e Deus sabe o quanto a tentação do ineditismo, em nossos dias, é avassaladora – , mas sobretudo como desdenhosos (e, não duvido, ignorantes) de todo o generoso encaminhamento investigativo que Deus permitiu para que tivéssemos esse impressionante Livro, coeso, em nossas mãos.

Em segundo lugar, fazem com a Bíblia algo que jamais fariam com seu autor literário predileto: ignoram pedaços inteiros como “corpos estranhos” para dar coerência a uma ideia previamente estabelecida por eles, imputando-a ao todo como uma camisa-de-força. Agem assim como verdadeiros Jacks Estripadores do livro que sustenta todo o cristianismo. Fico imaginando um crítico literário que, diante de um romance de Albert Camus como A peste, tentasse provar intenções espúrias do personagem principal, doutor Rieux, argumentando que todas as páginas que descrevem seus esforços contra a praga “não foram, na verdade, escritas por Camus e não pertencem ao livro”. Será que daríamos tanta atenção a esse crítico quanto damos aos teólogos universalistas, por exemplo – que, contra toda palavra do próprio Cristo sobre o inferno, preferem “pular” os trechos que os tiram de sua zona de conforto ou, pior, preferem interpretá-los esotericamente? Por que levaríamos as Escrituras menos a sério, em sua inteireza, do que consideramos uma obra de literatura? Posso entender essa leitura afrouxada por parte de um descrente, mas não de um crente em Cristo, sobretudo quando pensamos o quanto Cristo conhecia, estudava e amava a Palavra que tinha em suas mãos: o Antigo Testamento.

Diante de qualquer texto, requer-se do leitor que não projete seus próprios anseios e preconceitos por sobre a leitura. Caso proceda assim, será um mau leitor e não conseguirá formar uma ideia adequada do que está lendo, seja uma narração, uma descrição ou uma peça argumentativa. A Bíblia precisa de leitores que a abordem, no mínimo, como a um texto coerente, não um amontoado de frases ou livros sem conexão entre si. Mas, sobretudo, precisa de leitores que se aproximem dela como se aproximariam do próprio Cristo: com “ouvidos para ouvir”, ou seja, humildade para aprender e coração fértil para as mudanças que Deus quer operar em nós, para a Sua glória. Só para esse leitor humilde a Bíblia será, como foi para Timóteo, “as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3.15).

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Fonte: Blog da Norma Braga.

QUE TIPO DE JESUS VOCÊ PREGA?

Em Marcos 4 lemos a história quando Jesus acalma o mar. Se sua vida estivesse em risco, como a dos discípulos, qual seria sua reação? Você pularia de alegria? Para nossa surpresa, não é essa a reação dos discípulos. Eles não ficaram menos apavorados porque o mar estava calmo, mas ainda mais apavorados por causa de Jesus. Afinal “quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:41).

No vídeo abaixo, o Dr. R. C. Sproul nos convida a refletirmos que tipo de Jesus temos apresentado as pessoas. Será que apresentamos somente um Jesus “manso e suave”? Ou as pessoas se enchem de pavor diante da santidade de Cristo?
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O Dr. R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da igreja St. Andrews Chapel, na Flórida. Fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências, autor de mais de sessenta livros, vários deles publicados em português e editor geral da Reformation Study Bible. urante os seus mais de quarenta anos de ministério no ensino acadêmico e na igreja, o dr. Sproul tem se dedicado a transmitir com clareza as verdades profundas e práticas da Palavra de Deus. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos. 

Publicamos recentemente um livro do Sproul intitulado “Quem é Jesus?“. No livro, ele nos leva a refletir com base na Bíblia sobre a pessoa e a obra de Jesus. Creio que será muito bom para você avaliar “que tipo de Jesus você tem pregado”.
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Transcrição: Que tipo de Jesus você prega? Eu tenho uma amiga que tem um doutorado em psicologia. Ela veio até mim, uma vez, tão brava com o pastor dela. Eu disse: “qual o problema?”. Ela disse: “eu chequei a conclusão que o meu pastor está fazendo tudo ao seu alcance para encobrir a natureza de Deus das pessoas”. Por que nós não queremos um Deus santo. Não queremos um Jesus santo. Nós queremos um “Jesus seguro”. Queremos um bendito Jesus manso e suave. Mas não um que comanda a tempestade. Não um que é estranho a nós. Há algo errado aí. Há algo errado quando buscamos tirar “as garras e presas” do Santo de Israel, para acomodar um povo ímpio. As pessoas não precisam disso. Elas precisam ver a Jesus como o Novo Testamento o apresenta, na plenitude de sua glória, na plenitude do esplendor da sua santidade, na majestade do seu poder, na autoridade dos seus comandos; porque nada menos satisfará um mundo moribundo do que um Redentor que é totalmente santo. 
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Por R. C. Sproul. Trecho da pregação “The Holiness of Christ” na Conferência para Pastores de 2007 da Desiring God. © 2012 Desiring God Foundation. Usado com permissão. Website em português: www.satisfacaoemdeus.org. Website do ministério do Dr. R. C. Sproul: www.ligonier.org. Tradução: Vinícius Musselman Pimentel – Editora Fiel © Todos os direitos reservados

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Paul Washer - Marcas do verdadeiro cristão

4 RAZÕES PARA LEMBRAR-SE DO CRIADOR NA JUVENTUDE


Por Dr. David Murray

O nosso inimigo diz: "A juventude é para o prazer; a meia idade, para os negócios; e a velhice, para a religião". A Bíblia diz: "A juventude, a meia idade e a velhice são para o seu Criador".

No entanto, visto que é especialmente na juventude que somos mais inclinados (determinados?) a esquecer-nos de nosso Criador, é nestes anos que temos de labutar, especialmente, para lembrar-nos de nosso Criador (Ec 12.1). Lembre que ele fez você, supre as suas necessidades, cuida de você, o assiste e o controla. Lembre também que ele pode salvá-lo. Há muito a ser lembrado, mas isso se torna mais fácil quando você começa a memorizar quando é jovem!

1. Anos de vigor

Entretanto, essa não é a única razão por que Deus nos ordena lembrar-nos do Criador nos anos de juventude. Ele nos manda isso porque a juventude são os anos de nosso maior vigor.

Por que devemos esperar até que estejamos morrendo, até que estejamos esgotados, até que nosso vigor esteja quase acabado para servirmos ao Criador? O Deus que nos criou merece nossos anos mais saudáveis e mais ativos: nosso corpo está forte e robusto, nossa mente é perspicaz e clara, nossos sensos são receptivos, aguçados e responsivos, nosso entusiasmo é brilhante e firme, nossa vontade é determinada e pertinaz. Lembre-se do Criador em seus anos vigorosos.

2. Anos de sensibilidade

Por que mais de nós se tornam cristãos durante a nossa juventude do que em nossa meia idade ou em nossa velhice? Porque os anos da juventude são anos de sensibilidade. Sem abandonarmos a nossa crença na "Depravação Total", podemos dizer que é "mais fácil" arrepender-se e crer quando você é mais jovem. Nunca é fácil, mas é mais fácil. E é mais fácil porque, à medida que ficamos mais velhos, nosso coração fica mais endurecido, nossa consciência, mais cauterizada, nossos pecados, mais enraizados, e nosso estado de morte, mais grave.

Usemos nossa sensibilidade e receptividade juvenil para lembrar-nos de nosso Criador antes que cheguem os dias maus da indiferença insensível.

3. Anos de aprendizado

Aprendemos mais em nossa juventude do que em qualquer outro período da vida. Isso é verdadeiro em todos os assuntos, mas é especialmente verdadeiro na instrução religiosa. Todos os cristãos conhecidos meus que se converteram a Cristo nos anos tardios de sua vida expressam profunda tristeza a repeito de quão pouco eles sabem e quão pouco podem aprender em sua idade. Encorajo-os a valorizarem e usarem todo tempo que o Senhor lhes dá, mas eles sentem, muitas vezes, que têm de estudar duas vezes mais para aprenderem apenas a metade.

4. Anos de perigo

Os anos de juventude são anos cheios de campo minado: hormônios, pressão dos colegas, álcool, drogas, pornografia, imoralidade, testosterona, etc. Poucos atravessam esses anos sem explodir aqui e ali. Perigos são abundantes em todos os lados – e no lado de dentro. Quantas "primeiras" tentações se tornaram "últimas" tentações! Quanto precisamos de nosso Criador para guardar-nos e conduzir-nos através desse campo de batalha.

Lembre-se de lembrar

Gostaria de oferecer-lhe algumas dicas que o ajudarão a lembrar seu Criador durante estes melhores anos (e "piores" anos):

  • Convença-se de que você tem um Criador. Mantenha-se bem alicerçado num entendimento literal de Gênesis 1-2 e rejeite todas as influências evolucionárias.
  • Procure conhecer o seu Criador: estude sua Palavra, usando sermões, comentários e bons livros. Mas também estude sua Palavra usando microscópios, telescópios e outros instrumentos que ele dá.
  • Reúna-se com seus amigos do Criador: estabeleça amizades com outras criaturas que amam lembrar e respeitar o seu Criador.
  • Siga a ordem do seu Criador: ele estabeleceu e deu um padrão de seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso, para contemplação de suas obras.
  • Peça a salvação que seu Criador proveu: ainda que a sua rejeição de seu Criador tenha despedaçado sua vida, ele está disposto a recriar você à imagem dele.

E, enquanto falamos do assunto de salvação, não quero que os leitores mais velhos sintam-se desencorajados. Comparados com as eras da eternidade, vocês ainda estão em sua "juventude". Não é tarde demais para lembrarem-se dele, antes que os dias maus se aproximem cada vez mais.

- Sobre o autor: Dr. David Murray é professor de Antigo Testamento e de Teologia Prática. Murray é nascido em Glasgow, na Escócia, onde foi ordenado ministro evangélico. Obteve seu doutorado em ministério pelo Reformation International Theological Seminary. Atualmente é um dos catedráticos do PRTS, nos EUA. Murray é casado com Shona, com quem tem quatro filhos.

Tradução: Wellington Ferreira

Fonte: [ Editora Fiel ]

POR QUE NÃO OPERAMOS MILAGRES MAIORES QUE OS OPERADOS POR JESUS?



Por Ruy Marinho

“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” João 14:12

Certo dia, um amigo muito angustiado me procurou, preocupado com o seu ministério, dizendo que não conseguia adquirir a promessa de Jesus descrita nesta passagem. Em outras palavras, não chegava a um nível de espiritualidade elevada, a ponto de operar milagres maiores dos que o Mestre operou em seu ministério terreno.

A primeira coisa que questionei: se realmente as “obras maiores” que Jesus prometeu que iríamos fazer, for os sinais miraculosos que Ele operou durante seu ministério terreno, então estamos com um problema muito grave: A realidade da Igreja hoje estaria muito distante do ideal! Os sinais extraordinários operados por Jesus deveriam acontecer em quantidades maiores, com milagres mais espetaculares e extraordinários

Confesso que até hoje não vi ninguém operar milagres e sinais extraordinários como: andar sobre as águas, curar cegos e paraplégicos, reconstituir mutilados, ressuscitar mortos, transformar água em vinho, ler pensamentos, multiplicar pães e peixes etc.

Na verdade, o grande problema é que muitos pregadores “milagreiros” utilizam Jo 14:12 de forma isolada e fora de contexto, interpretando o texto de maneira literal, para tentar justificar seus truques de ilusionismo e de misticismos exóticos. Este errôneo “padrão de ensino” vem sendo propagado há muito tempo nas igrejas neopentecostais brasileiras, tendo em vista os inúmeros casos de pessoas que se frustraram ministerialmente por não conseguir alcançar esta suposta “promessa sobrenatural” de Jesus, bem como por serem vítimas dos milagreiros fraudulentos.

Analisando o versículo de maneira exegética, o termo grego utilizado para “maiores” é meizõn, literalmente significa “coisas maiores”. Já o vocábulo “obras” a palavra grega é ergon, que significa trabalho, ato, ação. [1] O termo ergon é direcionado, em sentido amplo, a “trabalho”. Na versão Bíblica inglesa King James (KJV), o vocábulo ergon é empregado a “works”, que significa trabalho. [2] Seguindo o contexto direto da passagem, as “obras maiores” significam a longitude do trabalho através da expansão do evangelho. Em outras palavras: o foco é trabalhos maiores e não milagres maiores!

Cristo não está afirmando que faríamos milagres extraordinários maiores do que Ele fez, mas sim que a obra da Igreja, no poder do Espírito Santo, será “maior” do que a obra de Jesus, em sentido numérico e territorial. As obras maiores estão diretamente conectadas à ida de Cristo ao Pai (“porque eu vou para junto do Pai”), onde após isso o Espírito Santo seria enviado (Jo 14:16) e os discípulos revestidos de autoridade para anunciar o evangelho (At 1:8). Quando o Espírito foi derramado sobre os discípulos, todos eles pregaram a Palavra de Deus. Com isso, converteram-se ao evangelho uma enorme multidão de pessoas, quantidade bem mais numérica do que todas as pregações de Jesus juntas (At 1:15, 2:41, 4:4, 5:14, 6:7, 9:35, 12:24, 16:15). As “obras maiores” que os discípulos realizaram foram, sem dúvida, às milhares de conversões de vidas, através da propagação do evangelho pelo poder do Espírito Santo.

Os apóstolos não operavam milagres como meio de pregar o evangelho, mas em casos específicos como sinais inquestionáveis do poder de Deus (At 19:11). O Evangelho em si tem como objetivo de salvar vidas e não de operar milagres físicos, pois estes são meros coadjuvantes da mensagem evangelística (1Co 15:1-4, 1Tm 1:15). Em seus sermões, Jesus nunca priorizou curas, milagres e sinais. Os mesmos eram acompanhantes de suas pregações, nos quais testificavam que Ele era o Messias Ungido de Deus.

Sendo assim, não devemos de forma alguma lamentar por não realizar milagres iguais ou maiores dos que Cristo operou. Na verdade, o nosso lamento deve estar na superficialidade bíblica em que algumas igrejas estão inseridas, pois o que é pregado e ensinado por muitos vem prejudicando a essência da mensagem bíblica, enfatizando experiências místicas extra-bíblicas em detrimento da verdadeira mensagem evangelística que é a salvação e transformação de vidas.

O maior milagre que pode acontecer na vida de alguém é a salvação em Cristo Jesus. Portanto, vamos anunciar o evangelho!

Soli Deo Gloria!

Notas:
1 – GINGRICH, F. W.; DANKER, F. W. Léxico do N.T. grego/português.
Vida Nova, 2003. pág. 85.
2 – KING JAMES Amplifield Parallel Bible, 2005 Thomas Nelson Publishing Staff
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Fonte: Bereianos.